"As the water come rushing in...
As the water come rushing over...
Dream of flood..."
Sonho com grandes inundações. Na verdade, sonho com terríveis tsunamis. Já foram três sonhos no total. Em um momento estou numa bela praia, em um apartamento ou numa casa, quando vejo de súbito uma imensa onda se formar no horizonte. Eu sei bem o que está por vir. Rapidamente, convoco todos que estão comigo para entrarmos no abrigo mais próximo. Se agir com precisão, sei que o manto impetuoso de mar não matará a todos.
Seguro quem eu amo pela mão. Com a outra, coloco um gato em meu ombro ou protejo uma criança.
"Rápido, subam o mais rápido que puderem. Apeguem-se firmemente às estruturas sólidas." - digo ao meu marido, aos meus amigos.
E enquanto me protejo, assisto pela janela o vagalhão adquirir estatura colossal. Um misto de pavor e admiração inunda meu corpo por inteiro. É realmente aterrorizante. A onda, mais alta que qualquer coisa existente na terra atinge nosso abrigo e toda a estrutura treme com o choque. O estrondo é sinistro e reverbera em nosso corpo, nossa alma. Através de uma pequena janela, assistimos de olhos arregalados tudo de repente se tornar azul, e rezamos para que o frágil vidro não se rompa. E ele resiste. E eu acordo... Como um filme interrompido no grande clímax...
É sempre perto do amanhecer quando esse sonho vem. E depois eu acordo, ainda com medo. Ainda maravilhada com todo aquele azul. A expressão em meu rosto é de "ufa...". Passo a costa da mão sobre testa, como se nela houvesse suor. Digo ao meu marido que sobrevivemos à um tsunami, mas ele ainda está sonolento demais pra entender. Então eu me levanto meio eufórica, meio orgulhosa, meio com receio de que esse sonho seja uma premonição.
Dificilmente um tsunami chegaria à minha cidade, mas poderia com algum algum azar devastar o litoral de meu estado, que é o cenário do sonho. No entanto, meu receio é que esses conhos consecutivos sejam o presságio de tempos difíceis para mim, ou uma alusão às inundações emocionais que vez ou outra me atingem em cheio. Meu signo é da água, e o excesso dela reflete bem o meu sentimentalismo sempre exagerado.
Prazer, meu nome é Jessica, mas pode me chamar de Drama Queen.
Mas de certa forma me tranquilizo, pois eu sempre sobrevivo no fim.
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05/09: Continuo sonhando com tsunamis. Mas dessa vez, a onda já tinha passado quando cheguei. O mar engolira o lugar por inteiro e depois regurgitara tudo envolto em lama marrom. Outrora sólida, agora a cidade não passava de uma frágil maquete destruída por um arquiteto furioso. Diogo e eu caminhávamos entre o vômito do mar, escolhendo bem os passos entre escombros e poças. Abrigamo-nos em uma pequena cabana parcialmente destruída e com vista para oceano. Sentamo-nos e aconchegamo-nos um no outro, ao som do initerrupto gotejar. Relâmpagos impetuosos cortavam o céu cinzento, e seus punhos de eletricidade esmurravam a terra fazendo o chão tremer. Fumaça subia da terra, como se a Natureza resfolegasse, completamente farta da existência humana.
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Coincidência ou não, esse último relato foi a quarta vez que sonhei com tsunami de agosto pra cá... E olha só o que tá acontecendo no mundo?
Meu nome é Jessica, mas pode me chamar de "Cassandra, a Profetiza"
Misericórdia, Deus :(
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
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